sexta-feira, 28 de agosto de 2009

O que é mais ecologicamente correto: fazer xixi na privada ou durante o banho?

Por mais estranho que possa parecer, a resposta é no banho. A idéia é evitar o desperdício de água potável. De acordo com dados da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), a cada descarga acionada são desperdiçados de 8 a 12 litros de água potável. Um adulto saudável produz entre 0,5 e 2,5 litros de urina por dia, expelidos, em média, em 4 idas ao banheiro. Isso significa um consumo estimado em 40 litros de água com descargas, enquanto um banho de chuveiro elétrico de 15 minutos, desligando-se o registro ao se ensaboar, consome 45 litros de água – o que quer dizer que pelo menos uma descarga pode ser economizada por dia. Até aí tudo bem. Mas o xixi escorrendo pelas pernas e caindo nos pés não é nojento? Nem tanto. “Não há com o que se preocupar. Afinal, estamos ali para nos lavar, e a água corrente leva tudo embora”, diz o biólogo Branco Chiacchio. Segundo o biomédico Roberto Figueiredo, o contato constante da urina com os pés pode causar, sim, o aparecimento de microorganismos como a Candida albicans, que causa o famoso pé-de-atleta. Além disso, o excesso de urina pode ser absorvido pelo rejunte do piso do banheiro, o que dificulta a higienização, além de servir como abrigo para germes e bactérias. Logo, se você resolver substituir a privada pelo chuveiro uma vez ao dia, faça o xixi logo no início do banho. E fique tranqüilo, pois esse xixi é composto de 95% de água e 5% de outras substâncias como uréia e sal. Tudo segue pelo ralo direto para as estações de tratamento, sem nenhum prejuízo à saúde.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Chuva Ácida

INTRODUÇÃO

A queima de carvão e de combustíveis fósseis e os poluentes industriais lançam dióxido de enxofre e de nitrogênio na atmosfera. Esses gases combinam-se com o hidrogênio presente na atmosfera sob a forma de vapor de água. O resultado são as chuvas ácidas. As águas da chuva, assim como a geada, neve e neblina, ficam carregadas de ácido sulfúrico ou ácido nítrico. Ao caírem na superfície, alteram a composição química do solo e das águas, atingem as cadeias alimentares, destroem florestas e lavouras, atacam estruturas metálicas, monumentos e edificações.

O gás carbônico (CO2) expelido pela nossa respiração é consumido, em parte, pelos vegetais, plâncton e fitoplâncton e o restante permanece na atmosfera. Hoje em dia, a concentração de CO2 no ar atmosférico tem se tornado cada vez maior, devido ao grande aumento da queima de combustíveis contendo carbono na sua constituição. A queima do carbono pode ser representada pela equação:
C + O2 ---> CO2
Tanto o gás carbônico como outros óxidos ácidos, por exemplo, SO2 e NOx, são encontrados na atmosfera e as suas quantidades crescentes são um fator de preocupação para os seres humanos, pois causam, entre outras coisas, as chuvas ácidas. O termo chuva ácida foi usado pela primeira vez por Robert Angus Smith, químico e climatologista inglês. Ele usou a expressão para descrever a preciptação ácida que ocorreu sobre a cidade de Manchester no início da Revolução Industrial. Com o desenvolvimento e avanço industrial, os problemas inerentes às chuvas ácidas têm se tornado cada vez mais sérios. Um dos problemas das chuvas ácidas é o fato destas poderem ser transportadas através de grandes distâncias, podendo vir a cair em locais onde não há queima de combustíveis.


Como se forma a Chuva Ácida

Inicialmente, é preciso lembrar que a água da chuva já é naturalmente ácida. Devido à uma pequena quantidade de dióxido de carbono (CO2) dissolvido na atmosfera, a chuva torna-se ligeiramente ácida, atingindo um pH próximo a 5,6. Ela adquire assim um efeito corrosivo para a maioria dos metais, para o calcário e outras substâncias. Quando não é natural, a chuva ácida é provocada principalmente por fábricas e carros que queimam combustíveis fósseis, como o carvão e o petróleo. Desta poluição um pouco se precipita, depositando-se sobre o solo, árvores, monumentos, etc. Outra parte circula na atmosfera e se mistura com o vapor de água. Passa então a existir o risco da chuva ácida.

Prejuízos e Efeitos
Segundo o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas europeus já estão seriamente alterados e cerca de 50% das florestas da Alemanha e da Holanda estão destruídas pela acidez da chuva. Na costa do Atlântico Norte, a água do mar está entre 10% e 30% mais ácida que nos últimos vinte anos. Nos EUA, onde as usinas termoelétricas são responsáveis por quase 65% do dióxido de enxofre lançado na atmosfera, o solo dos Montes Apalaches também está alterado: tem uma acidez dez vezes maior que a das áreas vizinhas, de menor altitude, e cem vezes maior que a das regiões onde não há esse tipo de poluição. Monumentos históricos também estão sendo corroídos: a Acrópole, em Atenas; o Coliseu, em Roma; o Taj Mahal, na Índia; as catedrais de Notre Dame, em Paris e de Colônia, na Alemanha. Em Cubatão, São Paulo, as chuvas ácidas contribuem para a destruição da Mata Atlântica e desabamentos de encostas. A usina termoelétrica de Candiota, em Bagé, no Rio Grande do Sul, provoca a formação de chuvas ácidas no Uruguai. Outro efeito das chuvas ácidas é a formaçao de cavernas.

PREJUÍZOS PARA O HOMEM SAÚDE: A chuva ácida libera metais tóxicos que estavam no solo. Esses metais podem alcançar rios e serem utilizados pelo homem causando sérios problemas de saúde.
PRÉDIOS, CASAS, ARQUITETURA: a chuva ácida também ajuda a corroer os materiais usados nas construções como casas, edifícios e arquitetura, destruindo represas, turbinas hidrelétricas, etc.

PREJUÍZOS PARA O MEIO AMBIENTE LAGOS: os lagos podem ser os mais prejudicados com o efeito da chuva ácida, pois podem ficar totalmente acidificados, perdendo toda a sua vida.
DESMATAMENTOS: a chuva ácida faz clareiras, matando duas ou três árvores. Imagine uma floresta com muitas árvores utilizando mutuamente, agora duas árvores são atingidas pela chuva ácida e morrem, algum tempo após muitas plantas que se utilizavam da sombra destas árvores morrem e assim vão indo até formar uma clareira. Essas reações podem destruir florestas.
AGRICULTURA: a chuva ácida afeta as planações quase do mesmo jeito que das florestas, só que é destruída mais rápido já que as plantas são do mesmo tamanho, tendo assim mais áreas atingidas.

REGIÃO DA SERRA DO MAR
A chuva ácida pode ocorrer nas áreas sob influência da poluição produzida pelas indústrias de Cubatão, próximo à Serra do Mar. Nesta região ocorre um fenômeno muito grave, a morte na floresta Atlântica que recobre a serra. As árvores de maior porte morrem devido à poluição. Os poluentes geram as chuvas ácidas, que causam a queda das folhas em algumas árvores. Abre-se uma clareira, e o Sol, antes bloqueado pela copa das árvores, agora incide diretamente sobre espécies mais sensíveis, matando-as. A destruição assume uma gravidade significativa por causa do papel que as árvores possuem. Elas fixam a camada de solo que reveste a Serra do Mar, impedindo o deslizamento desse terreno. A morte das árvores e o apodrecimento das raízes é prejudicial ao ambiente da serra, pois pode causar em vários pontos verdadeiras avalanches de lama e pedras. Caso esse processo se torne frequente, poderá causar entupimentos de rios (assoreamentos) e inundações.

CHUVAS ÁCIDAS NO MUNDO
Pode parecer que não, mas milhares de pessoas preocupam-se com o meio ambiente. Os dois países com maior interesse em acabar com a chuva ácida são a Grã-Bretanha e a Alemanha. A Alemanha mudou sua política repentinamente para garantir pouca poluição; já a Grã-Bretanha, que tem menos problemas, ainda quer um pouco mais de provasantes de atuar. Um outro país, os Estaods Unidos, acreditam que sejam necessários mais pesquisas e debates antes de uma ação prática.

COMO EVITAR A CHUVA ÁCIDA
CONSERVAR ENERGIA
Hoje em dia o carvão, o petróleo e o gás natural são utilizados para suprir 75% dos gastos com energia. Nós podemos cortar estes gastos pela metade e ter um alto nível de vida. Eis algumas sugestões para economizar energia:
Transporte coletivo: diminuindo-se o número de carros a quantidade de poluentes também diminui;
Utilização do metrô: por ser elétrico polui menos do que os carros;
Utilizar fontes de energia menos poluentes: energia hidrelétrica, energia geotérmica, energia das marés, energia eólica (dos moinhos de vento), energia nuclear (embora cause preocupações para as pessoas, em relação à possíveis acidentes e para onde levar o lixo nuclear).
OUTRAS SOLUÇÕES
Purificação dos escapamentos dos veículos: utilizar gasolina sem chumbo e adaptar um conversor catalítico;
utilizar combustíveis com baixo teor de enxofre.

Efeito Estufa

O efeito estufa é uma manifestação da Terra para manter sua temperatura estável. É constituído pela ação dos gases dióxido de carbono, óxidos de azoto, metano e ozônio presentes na atmosfera que liberam raios infra-vermelhos sobre a Terra onde 65% deles ficam retidos e 35% dessa radiação volta para o espaço.
O efeito estufa é gerado pela derrubada e queimada de florestas, pois as árvores regulam a temperatura, o vento e até mesmo os níveis de chuvas de cada região. Na medida em que a devastação é feita, a temperatura vai aumentando gradativamente. Gases poluentes, óleo diesel, gasolina também contribuem para que o efeito estufa aumente pelo fato de isolarem a temperatura deixando a parte baixa da Terra mais quente em determinadas regiões trazendo sérios problemas. O aquecimento da Terra tem sido acelerado nos últimos 100 anos também produzidos por erupções vulcânicas, decomposição de matéria orgânica e fumaça de incêndios.
O aquecimento causa sérias conseqüências como o derretimento das calotas polares, de geleiras que aumenta a quantidade de água e cobre ilhas podendo dependendo da proporção submergir cidades. O aquecimento também contribui para o processo de desertificação e proliferação de insetos que trarão danos à vida humana e animal.
Os países industrializados são os maiores produtores de poluentes que contribuem para o efeito estufa, a industrialização de monóxido de carbono, chumbo, óxido de azoto em peças automotivas influenciam no processo de aquecimento tanto quanto o dióxido de enxofre das centrais termoelétricas a petróleo ou carvão, etano, etileno, propano, butano, pentano, acetileno em evaporação de solventes, lixos sólidos, processos industriais e dióxido de carbono usado em qualquer combustão.
Em 1997 foi discutido o protocolo de Kioto no Japão, mas só entrou em vigor em 16 de fevereiro de 2005. O protocolo de Kioto visa estabelecer um tratado entre países para a reduzir a liberação de gases na atmosfera que provocam o efeito estufa. Os EUA não validou o tratado pois o presidente Bush alega que o mesmo retardaria o processo de desenvolvimento industrial.

Aquecimento Global

O aquecimento global é uma mudança climática provocada pelo descuido humano com o planeta e alterações ocorridas em seu meio externo. Tal fenômeno ocorre devido à grande liberação de gases na atmosfera que aumenta o efeito estufa, a variação solar que potencializa a alteração da temperatura do planeta, os movimentos do planeta que influencia nas alterações climáticas, a superfície da Terra que atenua a radiação solar, a pressão atmosférica que aumenta e diminui a temperatura do ar e outros.
Como as causas dessa alteração são inúmeras, atribui-se ao efeito estufa um papel de destaque nesse processo. O efeito estufa é um mecanismo de absorção da radiação solar por parte de gases existentes na atmosfera graças à liberação desses na superfície. Esses são: metano (o principal), dióxido de carbono, óxido nitroso, clorofluorcarbonetos e óxidos de azoto.
Com o desmatamento e a queima de combustíveis fósseis que contribuem na absorção de tais gases há um grande acúmulo desses na atmosfera, o que já contribuiu para o crescimento da temperatura em 0,5º C e a elevação do nível do mar em 20 cm. Além do aumento da temperatura e do nível do mar podemos citar outras conseqüências como o degelo das calotas polares, alterações na existência de fenômenos como furacões, tsunamis, enchentes, tempestades, tornados, secas e outras alterações nas características das estações do ano, desaparecimento de cidades pelo avanço do mar, alterações agrícolas, extinção de espécies e aumento dos vetores de doenças.

Apesar de algumas causas do aquecimento do planeta ser exteriores, pode-se diminuir a utilização de combustíveis poluentes, substituir lâmpadas convencionais que geram 400 kg de dióxido de carbono por ano por fluorescentes, combater a liberação de fumaças em fábricas, reciclar o lixo produzido, manter a pressão do pneu em quantidade correta para render o combustível, deixar de utilizar o cigarro, evitar embalagens plásticas, diminuir a utilização do ar condicionado, impedir queimadas e desmatamentos, desligar aparelhos eletrônicos se não estiverem sendo utilizados e, por fim, ter consciência do problema e enfrentá-lo de modo que seja combatido.

O Brasil pode sofrer graves conseqüências diante do aquecimento global como: transformação da Amazônia em cerrado ou savana, elevação da temperatura em até 3,8ºC, elevação do mar em 0,5 m, ondas de calor e noites quentes, aumento de doenças como malária, dengue e febre amarela, água contaminada, perturbações no organismo humano decorrentes das alterações climáticas, submersão de cidades litorâneas, aparição de ciclones e furacões nas regiões Sul e Sudeste, desertificação do Nordeste, perda de metade da área cultivável brasileira, extinção de espécies aquáticas, aumento de chuvas e tempestades, desaparecimento do mangue paulista, entre outras.

Amazônia pode virar Cerrado

O WWF-Brasil alerta para as graves conseqüências do aquecimento global e do desmatamento sobre a Amazônia. De acordo com uma revisão de artigos científicos sobre o assunto, as mudanças climáticas poderiam transformar a maior parte da floresta Amazônica em Cerrado, resultando em enormes impactos sobre a biodiversidade e o clima do planeta.


A rede WWF fez uma releitura dos artigos científicos já publicados sobre a Amazônia e as mudanças climáticas e chegou à conclusão de que os efeitos das mudanças climáticas projetam um ambiente mais quente e seco, o que provavelmente levará a uma redução substancial das chuvas em grande parte da região. Essas mudanças poderiam causar alterações significativas nos tipos de ecossistemas encontrados na região - de florestas tropicais para Cerrado - e, conseqüentemente, extinção de espécies em várias partes da Amazônia.


"As mudanças climáticas se apresentam como uma nova e considerável ameaça para a floresta Amazônica e sua biodiversidade. Esses ecossistemas possuem uma grande proporção da biodiversidade mundial: 12% de todas as plantas conhecidas são encontradas na região. Portanto, ameaças a ela representam ameaças à biodiversidade como um todo", afirma Denise Hamú, Secretária-Geral do WWF-Brasil. "O mundo precisa urgentemente avaliar os riscos e as vulnerabilidades da biodiversidade perante as mudanças climáticas e integrá-las nos seus esforços de conservação" alerta Denise.


De acordo com o trabalho da Rede WWF, a combinação das atividades humanas - tais como desflorestamento e exploração irracional de madeira - com as mudanças climáticas aumenta o ressecamento do solo e da floresta, debilita e causa a morte das árvores, que acabam servindo como combustível para os incêndios florestais.


Sem medidas efetivas, o aquecimento global e o desmatamento, segundo uma pesquisa do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), poderia converter entre 30% e 60% da floresta Amazônica em Cerrado até 2050.


O clima no noroeste da América do Sul, incluindo a região Amazônica, já sofreu alterações nesse último século. Os registros das temperaturas médias mensais mostram um aquecimento de 0,5 a 0,8º C na última década do século XX.


"Estamos correndo sérios riscos de perder boa parte da maior floresta tropical do mundo, pois, com um aquecimento de alguns graus, o processo de desertificação será irreversível", afirma Carlos Nobre, cientista do INPE e Presidente do Programa Internacional de Geosfera e Biosfera (IGBP - International Geophere-Biosphere Program).


Os efeitos das mudanças climáticas podem também alterar o status atual da Floresta Amazônica de redutor de carbono para fonte emissora do gás de efeito estufa em patamares perigosos. "O desmatamento e os incêndios florestais são já responsáveis por quase 80% das emissões brasileiras dos gases causadores do efeito estufa. Isso torna o país o quarto maior emissor de carbono do mundo", lembra Giulio Volpi, coordenador do Programa de Mudanças Climáticas da rede WWF para América Latina e Caribe.


Como o Brasil foi a sede da 8ª Conferência das Partes da Convenção sobre Biodiversidade (COP8), a rede WWF ressaltou que o governo deveria apresentar novas iniciativas no sentido de proteger a biodiversidade das mudanças climáticas. "A Conferência em Curitiba representa uma oportunidade internacional para que o presidente Lula anuncie um objetivo quantitativo de diminuição do desmatamento na Amazônia. Ao fazer isso, poderá reduzir maciçamente as emissões de gases de efeito estufa e ainda proteger uma das mais preciosas áreas em termos de biodiversidade", afirma Volpi.


O encontro em Curitiba representou, também, uma oportunidade única para que os países apresentem seus planos e propostas para reduzir as emissões de gases causadores do efeito estufa devidos ao desmatamento tropical no âmbito da Convenção do Clima da ONU.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Histórico da Radioatividade

A construção do tubo de raios catódicos e a descoberta dos raios catódicos (elétrons) desencadearam a descoberta de uma nova área da física: a Radioatividade.


Nos anos seguintes à divulgação da descoberta dos raios catódicos, muitos cientistas reproduziram as experiências realizadas por J. J. Thomson, como acontecia normalmente quando se descobria algo de novo na época. Wilhem Conrad Roentgen, cujo interesse oscilava entre a física e a matemática, também realizou este experimento em seu laboratório em Würzburg, Alemanha.


Roentgen tentou observar um estranho fenômeno descrito pelo físico Philip Lenard: os raios catódicos que escapavam do tubo termiônico iluminavam uma superfície, a uma certa distância do tubo, que tinha recebido uma camada de material fosforecente. Era essa estranha fosforecência que Roentgen tentava duplicar, quando observou algo notável. Embora o tubo termoiônico de Roentgen estivesse inteiramente encerrado em papelão preto, ainda eram produzidos raios que iluminavam uma tela fosforescente fora dele. Mas o mais significativo era que esse fenômeno ocorria não importando se a superfície revestida [fosforescente], ou o outro lado, estivesse ou não voltados para o tubo de descarga. Segundo parecia, os raios eram dotados de um poder de penetração.


Roentgen imediatamente determinou que a fluorescência era causada por invisíveis raios originados de um vidro parcialmente evacuado, que Hittorf-Crookes tinham usado para estudar os raios catódios (eléctrons). Surpreendentemente, estes misteriosos raios atravessavam um papel preto e opaco colocado em frente ao tubo.
Percebendo a propriedade que estes raios tinham de atravessar materiais de densidade relativamente baixa, ele começou a realizar experiências com chapas fotográficas e descobriu que poderia usá-las para produzir fotos que eram sombras do interior dos objetos. Então, em 22 de dezembro de 1895, seis semanas após iniciar suas experiências, Roentgen usou os raios para "fotografar" a mão de sua esposa (ele fez isto para tirar a suspeita de sua esposa de que ele estaria traindo-a durante as noites em que dizia estar trabalhando.). O resultado foi uma imagem imprecisa, mas inconfundível, do esqueleto escuro da mão esquerda dela, com seus anéis fazendo um borrão escuro no quarto dedo.



Becquerel pensou em investigar se todos os corpos fosforescentes poderiam emitir raios similares. Ao investigar os materiais fosforescentes, descobriu evidências do que queria descobrir e apresentou ensaios à academia sustentando a idéia completamente falsa de que substâncias fosforescentes produziriam raios penetrantes, como os raios X.


Com esta idéia, ele iniciou suas investigações utilizando um composto à base de Urânio. Colocando o composto sobre uma chapa fotográfica, Becquerel exponha-os ao Sol por um período e, então, revelava a chapa. Assim, constatou que este material afetava a chapa de forma similar aos raios X.


Mas as investigações adicionais, de 26 e 27 de fevereiro, foram adiadas por causa do céu nublado de Paris e o Urânio, que Becquerel pretendia expor ao Sol, foi colocado em um envelope que ficou sobre a chapa dentro de uma gaveta. No primeiro dia de março, ele revelou a chapa fotográfica com a expectativa de obter uma imagem fraca e, para sua surpresa, a imagem foi clara e forte. Isto significou que o Urânio emitia radiação sem a necessidade de uma fonte de energia do tipo do Sol. Becquerel havia descoberto a Radioatividade, a espontânea emissão de radiação vinda de um material.


Depois, Becquerel demonstrou que a radiação emitida pelo Urânio compartilhava certas características como os raios X. Porém não era como os raios X, pois podia ser desviado por um campo magnético e, por essa razão, deveria ser composto por partículas carregadas. Por sua descoberta, Becquerel foi laureado, em 1903, com um Prêmio Nobel em Física.


Embora até o filho de Becquerel, Jean, tenha defendido que ele tenha "descoberto a radioatividade", não foi Becquerel quem deu esse nome ao fenômeno nem que explicou a sua origem. O físico Jean Perrin, olhando retrospectivamente para a história da radioatividade, notou que Becquerel foi "um prisioneiro da hipótese que lhe servira tão bem, inicialmente (de que todos os materiais fosforescentes emitiam algum tipo de radiação)". Antes que os raios de urânio pudessem ser entendidos, "um segundo grande passo teria de ser dado."


Após a divulgação das estranhas emissão de radiação vinda de alguns materiais, houve um pequeno período de grande interesse por este fenômeno e um intervalo de cinco anos sem maiores estudos. Até que, ao iniciar os estudos para obter seu doutorado, Marie Sklodowska-Curie interessou-se pelo fenômeno observado por Becquerel. A relativa negligência de Becquerel com relação aos raios uma das razões que fizeram Marie Curie decidir estudá-los, além de ser um excelente assunto para ser apresentado como tese de doutorado.


Marie e seu marido, Pierre, souberam desta estranha emanação e que ela ionizava o ar à volta do material. Sendo Pierre um mecânico telentoso, que preferia fazer sua própria aparelhagem (e o descobridor da piezoeletricidade: eletricidade obtida através de alta pressão em cristais), desenvolveram um método com o qual poderiam medir o quanto era radioativo uma amostra de material com relação a outra.


Através de seus trabalhos, Marie e Pierre descobriram e divulgaram a radioatividade de determinados materiais. Com esta descoberta muitas pessoas se interessaram pelas pesquisas neste campo. Destre estas pessoas, estava Ernest Rutherford, pupilo de J.J. Thomson.


Na época haviam duas teorias correntes: o ponto de vista corpuscular, ou atomístico, sustentava que a matéria era descontínua, composta por partículas distintas, extremamente pequenas. O outro ponto de vista postulava um éter contínuo, uma espécie de cola, que mantinha tudo junto e que existia, nas maiorias das versões, numa outra dimensão imprecisa.


Na época, pensar na teoria de Thomson seria sugerir que os elementos não são, em si, elementares. Isto, para a mente de Mendeleiev, era algo parecido com a alquimia.


Em seu primeiro ensaio escrito, Rutherford observou que as substâncias radioativas têm alto peso atômico e sua radioatividade parece ser independente de estados químicos (implicando atividade em altos níveis).


Com isto, não estava-se muito longe de responder como a radioatividade estava ligada à composição atômica. O que confundia era o fato de não haver fonte para a emissão desta energia.
Para compreender a explicação de Rutherford sobre a radioatividade, era preciso um salto de imaginação muito grande com relação a qualquer uma das duas explicações já existentes. Radioatividade é uma manifestação da desintegração dos núcleos atômicos. Quando o rádio emite radiação, está enviando partículas subatômicas: minúsculos elétrons e partículas maiores (embora extremamente pequenas) com cargas positivas, que hoje sabemos serem núcleos de hélio, bem como raios gama (onda eletromagnética de comprimentos de onda muito mais curtos do que a luz visível). Todos os elementos mais pesados, com se verifica, são inerentemente instáveis e se acham em contínua transmutação. Um átomo de urânio ou rádio repetidamente altera a si mesmo, algumas vezes após segundos ou minutos e, em outras vezes, após milhares de anos. Agora chamamos este processo de "decadência" e temos um conhecimento detalhado de cadeias de decadência. Por exemplo:


Urânio > Tório > Rádio > Radônio > Polônio > Chumbo


Como o decaimento era lento na maioria dos elementos que os Curie trabalhavam, e como a energia disponível no núcleo era enorme, os Curie e outros não conseguiram detectar qualquer mudança. E na verdade a mudança, a transmutação, é que causa a radiação.


Em 1903, os Curie e Becquerel deram contribuições decisivas, bem como também alguns pesquisadores alemães. Mas os grandes saltos teóricos da transmutação foram dados pelos britânicos e, particularmente, por Ernest Rutherford.


O primeiro passo foi dado por seu mentor, Thomson, quando propôs o elétron (1897). Em 1899, ele publicou um ensaio, onde afirmava o fato de que as emisões radioativas são compostas de ,no mínimo, dois tipos diferentes de "raios" (raios beta, que penetram através de grossas barreiras; e os raios alfa, que levavam uma carga bem maior mas não atravessavam nem mesmo uma fina barreira ).


Tempos depois, Pierre, Marie e Becquerel fizeram ensaios nos quais mostraram que os raios beta eram, de fato, idênticos às partículas com cargas negativa de Thomson.


Por suas investigações na desintegração dos elementos e a química das substâncias radioativas, Ernest Rutherford recebeu, em 1908, um prêmio Nobel de Química.