domingo, 29 de maio de 2011

Egito abrirá fronteira com a faixa de Gaza

Egito vai abrir a fronteira com a Faixa de Gaza permanentemente. O governo de transição militar, responsável pela reconciliação do Hamas com o Fatah, que controla a Cisjordânia, diz que a abertura da fronteira vai aliviar a população de Gaza. Israel teme que a medida signifique uma nova ameaça à segurança do país.

Família palestina esperar para cruzar até o Egito através do posto fronteiriço de Rafah, no sul da Faixa de Gaza

CAIRO - As autoridades do Egito reabriram neste sábado, 28, a passagem fronteiriça com a Faixa de Gaza de maneira permanente, pela primeira vez desde junho de 2007, com o objetivo de consolidar a reconciliação palestina, confirmaram fontes oficiais.

A passagem foi aberta às 9h da hora local (4h de Brasília) e assim permanecerá até as 18h todos os dias da semana, exceto às sextas-feiras e em dias festivos.

Uma fonte oficial presente no lado egípcio da fronteira de Rafah assegurou que o ambiente era tranquilo e que não havia muita gente amontoada esperando para entrar na Faixa de Gaza, o que atribuiu ao fato de na sexta-feira ter sido dia festivo.

No último dia 25, o Egito decidiu abrir a passagem e aplicar o mesmo mecanismo vigente antes de 2007, que permitia a entrada dos cidadãos palestinos ao Egito através de todas suas passagens fronteiriças e aéreas.

A passagem de Rafah foi fechada em junho de 2007, depois que o grupo islamita palestino Hamas assumiu o controle da Faixa de Gaza após enfrentamentos armados com a facção nacionalista Fatah.

Desde essa data, a passagem só era aberta de forma esporádica para permitir a saída de doentes e a entrada de ajuda humanitária.

Após a revolução egípcia, que eclodiu em 25 de janeiro e desembocou na renúncia de Hosni Mubarak, o novo governo egípcio se comprometeu a revisar a situação da passagem de Rafah a fim de aliviar o bloqueio israelense contra a faixa palestina.

A decisão adotada na última quarta-feira exime de visto prévio as mulheres palestinas de todas as idades, os homens menores de 18 anos e os maiores de 49 anos.

Também não precisarão de visto os palestinos que estudam em universidades egípcias e aqueles que cruzarem Rafah para receber tratamento médico no Egito.

A medida beneficia também as famílias palestinas de Gaza que usam Rafah para viagem de retorno ou saída a um terceiro país, com a condição de mostrarem passaportes da Autoridade Nacional Palestina (ANP) e vistos dos países que visitarão.

Um dia após ser conhecida a decisão egípcia, o Conselho Europeu decidiu estender sua missão de assistência na passagem fronteiriça de Rafah entre Gaza e Egito (Eubam, na sigla em inglês) até 31 de dezembro.

Em 4 de maio, o Fatah e o Hamas puseram fim a quatro anos de divisão, em cerimônia no Cairo na qual anunciaram oficialmente a assinatura do acordo de reconciliação palestina e, duas semanas depois, retomaram as negociações para a formação de um Governo de união nacional.


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